A octagésima cerimónia da entrega dos oscares está aí à porta (dia 24), reconhecimento de mérito para uns, a maior macacada do ano em hollywood por outros, mas um ponto de interesse para todos. Vai ser apresentada este ano por Jon Stewart, com muita pena minha, que ainda tinha esperança que Jerry Seinfeld reconsiderá-se os inúmeros convites que teve. E como não podia deixar de ser, vai passar na tvi pela noite dentro com os já classicos comentarios irritantes dos pseudo-analistas-intelectuais-de-opinião-no-mínimo-duvidosa sobrepondo as suas brilhantes dissertações ao que realmente interessa, e dando vontade de gritar a plenos pulmões: "tá calado imbecil! deixa ouvir! arre!". Isto porque, recordo que a cerimonia sendo em directo, não é obviamente legendada.
Ora bem, então para acudir a esta enorme lacuna, da qual desde já me penitencio, resolvi analizar os nomeados ao melhor filme, um por dia antes da cerimonia.
Atonement (Expiação)
Realizador: Joe Wright
Género: Drama / Romance
Intérpretes: Keira Knightley, James McAvoy, Saoirse Ronan
Analise: Situado na Inglaterra dos anos 30, mesmo antes do inicio da segunda guerra mundial, somos apresentados à aristocrática família Tallis, onde testemunhamos o início do romance entre Cecilia (Keira Knightley) e o filho do mordomo Robbie (James McAvoy), com a ajuda de um estranho cruzamento entre um acidente envolvendo uma jarra partida e um concurso miss t-shirt molhada dos anos 30.
Contudo, nem tudo são rosas pois a irmã de Cecilia, Briony (a jovem Saoirse Ronan que recebeu a nomeaçao para melhor actriz secundaria), vê esta relação entre eles de uma outra maneira, tornada em descalabro quando por engano recebe uma carta de Robbie para entregar à sua irmã, com um conteúdo no mínimo restrito a maiores de 18.
Temendo pela segurança da sua irmã, a mente assustada por tamanha indecencia da jovem, acaba por maquinar uma terrivel mentira em que Robbie acaba acusado injustamente por um crime que não cometeu, em tudo devido ao falso testemunho de Briony.
O rumo das três vidas é alterado para sempre, Robbie passa anos na prisão alistando-se posteriormente para combater na linha da frente em França, enquanto que Cecilia acaba por se integrar no corpo médico de um hospital.
O resto do filme trata de como Briony tenta encontrar o perdão por parte deles pelo erro estupido de uma adolescente, enquanto somos bombardeados com melancólicas e trágicas cenas de guerra, que apesar de bem feitas e bem captadas para o ambiente envolvente, nada de novo trouxe a 2 horas de filme com andamento lento, historia pouco interessante e um final que... bem, quem estiver interessado não continue a ler.
A última cena, apesar de excelentemente representada por Vanessa Redgrave (lembram-se da Max, a traficante de armas em Missão Impossivel ?), não passa uma artimanha barata de nos dizer que, depois de passadas duas 2 horas em que tentam fazer-nos importar pelas peripécias que estes dois passaram por causa da mesquinhês de uma adolescente de 13 anos e uma circunstancia injusta, vêm com a conversa "bem, na verdade eles morreram sozinhos, mas eu depois de velha escrevi um livro que diz que estou muito arrependida e em profundo desgosto que as coisas tenham ocorrido desta maneira, por isso criei um final alternativo que tudo vive feliz e docemente encantado em sonhos bons e azuis." a isto eu respondo: "mnhé!"
Numa nota positiva, o filme tem uma fotografia bastante aceitavel (a sequencia da praia de Dunkirk está muito bem conseguida).
Confesso que não sou grande fã deste tipo de filmes, e por momentos fez-me recordar similaridades com o Paciente Inglês e Lost in Translation, filmes dos quais também não morri de amores.
Classificação: 5/10
Amanhã: Michael Clayton
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Afinal que raio de cinefilo és tu, que nem dos filmes nomeados para os oscares falas?
Publicada por Alexius à(s) 03:41
Etiquetas: Cine-Analise 2008, Cinema
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