quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Oscares 2008 - No Country For Old Men -

No Country For Old Men (Este País Não é Para Velhos)

Realização: Ethan Coen / Joel Coen
Género: Crime / Thriller
Intérpretes: Javier Bardem, Tommy Lee Jones, Josh Brolin




Análise: Llewelyn Moss (Josh Brolin) é um típico americano rancheiro do Texas, que um dia por acaso encontra no meio do deserto o que restou de um confronto sangrento num negócio falhado de transacção de droga mexicana. Seguindo o rasto de cadáveres e sangue dá com uma pasta com 2 milhões de dólares, completamente abandonados nos braços ensaguentados de um traficante morto. Mas quando decide ficar com ela, talvez não contasse que um assassino em série sem escrupulos, Anton Chigurh (Javier Bardem), e um gang de mexicanos o perseguisse até à exaustão. Isto enquanto o sherife local (Tommy Lee Jones) segue o rasto de sangue deixado para trás por Chigurh e tenta desvendar quem é o responsavel.

Tenho de confessar que não sou grande fã dos filmes dos irmãos Coen. Também não os vi todos, é verdade, mas dos que vi apenas gostei (e bastante) do "Grande Lebowski". Tendo visto já "Blood Simple" e "Fargo" também da sua autoria, e de certo modo com uma permissa semelhante a este "No Country For Old Men", as minhas espectativas não eram muito altas. No entanto surpreenderam-me. Vou começar pelo melhor: Javier Bardem e a sua interpretação de Anton Chigurh.
Já não via um psicopata com uma presença tão forte desde os tempos aureos de Hannibal Lecter. A interpretação de Bardem de um assassino impiedoso que no entanto mantém sempre uma expressão calma, é tão intensa que com apenas expressões faciais nos revela os pensamentos assassínos que lhe passam pela cabeça. E é sem sombra de dúvida a personagem que mais impacto causa na historia. Não nos é dado a conhecer muito do seu passado a não ser que foi contratado para recuperar a mala do dinheiro a todo o custo, com grande parte do filme (a melhor parte), perseguindo implacávelmente Moss, e deixando um rasto de morte à sua passagem. Recortando com a perseguição, é-nos mostrado cenas de Tommy Lee Jones como sherife local, "a apanhar os cacos", cada vez mais estupefacto com o caos sanguinario que encontra.
O argumento está bastante bem escrito, de maneira em que quase até final do filme nos deixa a tentar perceber o que se vai passar a seguir... mas, e aqui é que me desiludiu por completo, depois de uma historia tão rica, e de interpretações tão intensas, assim que uma das personagens principais morre (e de maneira ingloria porque nem acontece em cena), o filme perde muito do seu ritmo, e tem um final abrupto que nos deixa a coçar a cabeça com um ponto de interrogaçao por cima... Ok, explicam tudo o que é necessario para este troço da historia, mas não lhes ficaria mal se nos mostrassem um pouco mais do que aconteceu a seguir, ou ficava ?
Uma nota final para a ausência completa de música, que por incrível que pareça, deu um toque ainda mais sinístro ao ambiente.

Em resumo, um bom filme de perseguição, com uma soberba interpretação de Javier Bardem, que tem mais do que merecida a nomeação ao óscar de melhor actor, uma boa historia que nos deixa sempre a querer saber o que se vai passar a seguir, mas um final abrupto que prejudicou o filme.

Classificação: 7/10



Amanhã: Juno

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Mais, tenho uma vizinha que sabe voodoo (ou era yoga ? ... não interessa, qualquer uma delas é terrivelmente mortifera), por isso tenham medo.

Depois não digam que não vos avisei.

Buuu